A imagem de um Obama construída com centenas de micro fotos
mostra de maneira bem clara e objetiva como ao longo
de uma campanha eleitoral a imagem de um candidato
precisa agregar diferentes seguimentos sociais. Sem
essa diversidade a possibilidade de uma vitória
fica reduzida, salvo poucas exceções.
Nos últimos 30 anos desde a
queda definitiva da Ditadura Militar, o Brasil não passou mais de dois anos sem
ter uma eleição ou plebiscito. Com tantas votações, o eleitor brasileiro mesmo
que de diferentes gerações, já acumula muita experiência na arte de fazer sua
opção. Erros e acertos aconteceram e ainda deverão acontecer, mas tudo isso faz
parte de um aprendizado continuo e inerente aos regimes democráticos.
Plebiscitos à parte,
basicamente o eleitor brasileiro tem escolhido representantes para os
legislativos juntamente com governantes em todas escalas, municipal, estadual e
federal sempre a cada dois anos, intercalando Prefeitos e Vereadores com
Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.
No contesto das eleições as
votações se dividem entre as para os cargos Executivos e as para os Legislativos.
Para os cargos Executivos
temos uma realidade de apenas uma vaga em disputa por eleição com um número
menor de candidatos, incluindo nesse caso também a disputa para o Senado que
chega no máximo a duas vagas em disputa a cada oito anos. Para este tipo de
eleição, a pesquisa eleitoral não tem um raio de possibilidades muito ampliado
e pode ser planejada para resultados mais previsíveis.
Porém, na disputa para os
cargos legislativos, deputados federais e estaduais, temos de dezenas a
centenas de vagas em disputa, com um número muito maior de candidatos que
inclusive pode chegar a milhares, o que certamente torna o planejamento destas
pesquisas uma tarefa muito mais difícil de realizar, assim como também mais imprevisível.
Geralmente os candidatos são
induzidos, pela necessidade da propaganda eleitoral de produzir resultados positivos
até mesmo pela possibilidade de buscar recursos, a apresentarem pesquisas
positivas feitas para ter efeito de impacto de marketing eleitoral, desprezando
as pesquisas com resultados realistas inicialmente desfavoráveis que se
interpretados de forma correta poderão significar estratégias acertadas que terão
resultados positivos na reta final da campanha eleitoral.
No caso das campanhas eleitorais
para cargos legislativos agora em 2014, em especial para as candidaturas aos
cargos de deputados estaduais e federais, o desafio real colocado para as
pesquisas eleitorais está no primeiro levantamento, geralmente realizado em
fevereiro, antes do carnaval. Um trabalho que possibilitará uma analise das expectativas
do eleitorado, que mesmo aparentando não estar ainda pensando no assunto eleição,
quando provocado não se furtará em mostrar os caminhos que está pensando em
seguir até a decisão final do voto, que geralmente começa a ser consolidada na
segunda quinzena de setembro.
O desafio colocado será o de como buscar as pistas
iniciais do eleitorado, quanto as suas aspirações e também em relação aos
principais nomes colocados nas disputas, pelas vagas de deputados federais e
estaduais.
O principal componente para
que uma pesquisa eleitoral para inicio do planejamento de uma campanha
eleitoral para um deputado, quer seja estadual ou federal, esta no planejamento
da amostragem da pesquisa, que são as pessoas que serão entrevistadas, tanto no
perfil social destes entrevistados, quanto no tamanho da amostra que será
utilizada na pesquisa.
Esse tipo de pesquisa para
planejamento de uma campanha eleitoral tem que ser sigiloso e esse compromisso
dever ser a principal regra do planejador e gestor da pesquisa contratada.
Flávio Luiz Sartori
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