Mudanças no Perfil do Consumo no Brasil: Principais Tendências nos Próximos 20 Anos. Nona Parte.
Direto do site Marcoplan.
Qual o nicho de mercado mais acertado nos mercados específicos?
O Brasil vem assistindo à emergência de mercados específicos voltados a determinados nichos de consumo com resultados significativamente consolidados e crescentes. Entre estes mercados destacam-se aqueles voltados a portadores de necessidades especiais, homossexuais, produtos religiosos e afro-descendentes.
Atualmente, os portadores de deficiência já somam 24,5 milhões de pessoas, correspondendo a cerca de 14,5% da população brasileira (IBGE). Trata-se de um mercado consumidor que movimenta anualmente R$ 1 bilhão, sendo R$ 100 milhões só com vendas de cadeiras de rodas e mais R$ 400 milhões no comércio de automóveis com isenção de impostos e adaptações veiculares.
Outro segmento que apresenta elevado dinamismo é aquele voltado ao público GLS. A despesa em publicidade nos meios de comunicação dirigidos à comunidade gay nos EUA foi de 223 milhões de dólares em 2006, um aumento de 8% em relação a 2004 (Prime Access e Rivendell Media), e este é um fenômeno que também começa a ganhar força no Brasil. Dentre aqueles que se declaram homossexuais, 36% estão na classe A, enquanto 47% estão na B e 16% na C. Trata-se, portanto, de um público dotado de elevado poder aquisitivo, gastando mais do que 30% em relação aos heterossexuais.
O Brasil é um país com ampla diversidade étnica e cultural. Segundo o IBGE, 51% da população se declara branca e 48% parda ou negra. Entre os ricos brasileiros (1% da população), os negros e pardos representam 9,17%. De acordo com o Ipea, a classe média negra brasileira cresceu 10% entre 1992 e 1999, chegando a representar um terço de toda a classe média. Nesse sentido, tendo em vista qualquer um dos índices, é certo que começa a se perceber no Brasil um crescimento na renda e no poder de compra entre os pardos e negros, o que determina o crescimento de um mercado afro-descendente.
No que se refere ao mercado de produtos religiosos, trata-se de um nicho que cresce em torno de 30% ao ano e gera receitas superiores a R$ 3 bilhões, movimentando mais de 900 empresas (Isto é Dinheiro, jun/2006).
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