Mudanças no Perfil do Consumo no Brasil: Principais Tendências nos Próximos 20 Anos.
Oitava Parte.Direto do site Marcoplan.
Para uma significativa parcela da população, cada vez mais o
tempo praticamente "não vai existir".
Cerca de 10% dos 56 milhões de domicílios brasileiros são habitados por uma única pessoa, ou seja, são mais de 5 milhões de pessoas morando sozinhas no Brasil, segundo dados do IBGE. Entre os anos de 1996 e 2006, houve um crescimento de 8% para 10,7% do número de domicílios com um único habitante. O avanço estimado no número de pessoas sós para 2016 é de 12 milhões.
Em termos nacionais, o número de homens e mulheres morando sozinhos é praticamente igual (49,6% de homens e 50,4% de mulheres). Já sob o ponto de vista etário, observa-se que mais de 87% das “famílias unipessoais”, como define o IBGE, estão na faixa etária acima dos 30 anos. Mais especificamente, 46,3% entre 30 e 59 anos e 41% com mais de 60 anos. Isso significa que existe uma grande maioria na chamada faixa economicamente ativa, o que, em termos mercadológicos, implica pessoas em plena função produtiva e, por conseqüência, com maior poder de compra.
Pessoas que moram sozinhas têm demandas próprias e formas próprias de consumo de bens e serviços, em muitos casos, bastante diferenciadas de quem mora com a família ou mesmo com apenas uma outra pessoa. Há necessidade de parte dessas pessoas otimizarem seu tempo a fim de poder conciliar as atividades profissionais e pessoais com as demandas de sua moradia, a chamada administração da casa. Por isso, todos os produtos ou serviços que possam facilitar as tarefas domésticas dessas pessoas têm grande chance de aceitação. Adicionalmente, todo produto ou serviço que os ajudem a administrarem o seu tempo, otimizando tarefas e compromissos extras, vão encontrar uma boa demanda.
O consumo das pessoas que moram sozinhas vem crescendo em média 6% ao ano. Elas são responsáveis por 40% do aumento das vendas de produtos práticos e em porções individuais. O setor alimentício, por exemplo, já vem experimentando essa tendência. No primeiro quadrimestre de 2007, os supermercados já apresentaram uma elevação de 8% nas vendas de alimentos semi-prontos e congelados em relação ao mesmo período do ano passado (Consultoria AC Nielsen). Outro indicador é o crescimento de 10,6% entre 2006 e 2007 dos alimentos congelados e laticínios, o que representou mais do que o dobro do crescimento do setor alimentício (gráfico 8).
De acordo com estudo publicado pelo Sicongel (Sindicato dos Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizantes), o setor de alimentos congelados atingiu, em 2008, um faturamento de US$ 2,05 bilhões, com um crescimento de 25,2% sobre o ano anterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário